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Poema sobre o Dia das Mães

Sugestão de leitura para o Dia das Mães:
Poderá ser trabalhado como leitura e interpretação ou como recurso para hora do conto.

Se as coisas fossem mães

Se a lua fosse mãe, seria mãe das estrelas.

O céu seria sua casa, casa das estrelas belas.

Se a sereia fosse mãe, seria mãe dos peixinhos.

O mar seria um jardim e os barcos seus carrinhos.

Se a casa fosse mãe, seria a mãe das janelas.

Conversaria com a lua sobre as crianças estrelas.

Falaria de receitas, pastéis de vento, quindins.

Emprestaria a cozinha pra lua fazer pudins !!!!

Se a terra fosse mãe, seria a mãe das sementes.

Pois mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a gente.

Se uma fada fosse mãe, seria a mãe da alegria.

Toda mãe é um pouco fada...

Nossa mãe fada seria.

Se a bruxa fosse mãe, seria uma mãe gozada;

Seria a mãe das vassouras, da família vassourada.

Se a chaleira fosse mãe, seria a mãe da água fervida,

Faria chá e remédio para as doenças da vida.

Se a mesa fosse mãe, as filhas, sendo cadeiras,

Sentariam comportadas, teriam boas maneiras.

Cada mãe é diferente. Mãe verdadeira ou postiça,

Mãe vovó ou mãe titia,

Toda Mãe é como eu disse!

Dona Mamãe ralha e beija, erra, acerta, arruma a mesa,Cozinha, escreve, trabalha fora,

Ri, esquece, lembra e chora,

Traz remédio e sobremesa...

Assim é a minha mãe !!!


Sílvia Orthof

Poema de Castro Alves


O Livro e a América


Por isso na impaciência

Desta sede de saber,

Como as aves do deserto -

As almas buscam beber...

Oh! Bendito o que semeia

Livros... livros à mão cheia...

E manda o povo pensar!

O livro caindo n'alma

É germe - que faz a palma,

É chuva - que faz o mar.


Extraído: O Livro e a América

Castro Alves

Poema de Roseana Murray



Receita de Acordar Palavras
Roseana Murray

Palavras são como estrelas, facas ou flores

elas têm raízes, pétalas, espinhos

são lisas, ásperas, leves ou densas

para acordá-las basta um sopro em sua alma

e como pássaros vão encontrar seu caminho

Poesia de Cecília Meireles


Poema de Renata Pallottini


O GRITO


se ao menos esta dor servisse

se ela batesse nas paredes

abrisse portas

falasse

se ela cantasse e despenteasse os cabelos


se ao menos esta dor servisse

se ela saltasse fora da garganta como um grito

caísse da janela fizesse barulho

morresse


se a dor fosse um pedaço de pão duro

que a gente pudesse engolir com forçade

pois cuspir a saliva fora

sujar a rua os carros o espaço o outro

esse outro escuro que passa indiferente

e que não sofre tem o direito de não sofrer


se a dor fosse só a carne do dedo

que se esfrega na parede de pedra

para doer doer doer visível

doer penalizante

doer com lágrimas


se ao menos esta dor sangrasse


"O Grito"

Renata Pallottini

(Original em A Faca e A Pedra, 1965)

In Obra Poética

Editora Hucitec, São Paulo, 1995

Poema de Mario Quintana


Canção do dia de sempre


Tão bom viver dia a dia...

A vida assim, jamais cansa...


Viver tão só de momentos

Como estas nuvens no céu...


E só ganhar, toda a vida,

Inexperiência... esperança...


E a rosa louca dos ventos

Presa à copa do chapéu.


Nunca dês um nome a um rio:

Sempre é outro rio a passar.


Nada jamais continua,

Tudo vai recomeçar!


E sem nenhuma lembrança

Das outras vezes perdidas,

Atiro a rosa do sonho

Nas tuas mãos distraídas...


Mário Quintana

Poema de Mario Quintana


BILHETE


Se tu me amas,

ama-me baixinho

Não o grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres,

enfim,

tem de ser bem devagarinho, Amada,

que a vida é breve,

e o amor mais breve ainda...


Mário Quintana

Poema de Cecília Meireles


Lua adversa

Tenho fases, como a lua.

Fases de andar escondida,

fases de vir para a rua...

Perdição da minha vida!


Tenho fases de ser tua,

tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm

no secreto calendário

que um astrólogo arbitrárioi

inventou para meu uso.


E roda a melancolias

eu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém

(tenho fases, como a lua)


No dia de alguém ser meu

não é dia de eu ser sua...

E, quando chega esse dia,

o outro desapareceu...


Cecília Meireles

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